Mark Millar e Steven McNiven, dupla que esteve por trás de comics como Velho Logan e Marvel: Guerra Civil, regressam agora com “Némesis” (G. Floy, 2019), história sobre um terrorista que poderia ganhar um bom dinheiro a ensinar os frequentadores habituais de clubes como Al-Qaeda, Boko Haram ou Hamas.
Némesis é um terrorista que se diverte a matar chefes de polícia. Após um raide intensivo no Japão – e já depois de ter varrido Singapura, China, Hong Kong e Coreia do Norte -, que incluiu o envenenamento do reservatório de Ogochi, o ataque à Cúpula de Tóquio, o elaborado roubo da espada Kusanagi e um combo que meteu a destruição de um arranha-céus e o descarrilamento aéreo de um comboio, decide procurar um novo desafio para os lados da América: “Há um polícia em Washington que há muito admiro como um digno opositor“.
O alvo é o chefe Morrow, alguém com uma veia de Tom Cruise em modo MI, levado em ombros por polícia e sociedade civil. Quando Némesis abre o jogo e levanta o desafio, ficamos a saber que, do outro lado daquela máscara branca, estará Matthew Anderson, que terá marinado esta vingança durante vinte anos após Morrow ter posto os pais a ver o sol aos quadradinhos – no mínimo.
O resto faz parecer o Assalto ao Arranha-Céus um filme para crianças, com explosões em catadupa e uma quantidade de sangue que daria para alimentar uma campanha inteira de doação. Uma espécie de Kick-Ass versão 2.0, acompanhado por um espírito de perversão que faz o leitor cruzar os dedos e desejar que, no final, o mau da fita leve um valente enxerto de porrada.
Como brinde, há ainda duas páginas que são uma amostra de como cada página de Némesis passou do argumento para o desenho e as cores, desvendando o processo criativo que esteve presente nesta história onde não há lugar para a compaixão. Vertigem, alguns twists e uma porta que fica aberta à reflexão do leitor.
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