Depois de uma série que chegou ao ponto final após a publicação de 14 volumes, os ghouls, esses comedores de carne humana que parecem que parecem humanos mas não são bem assim, estão de volta em “Tokyo Ghoul: re – 1” (Devir, 2019), nova série com a mesma reconhecida assinatura de Sui Ishida.
Para quem entrar nisto de cabeça, sem leitura prévia da série inicial, a admissão não será pêra doce mas, ao fim de algumas páginas, termos e designações como “Quinx”, “Kagune” e “Kuinke Incorporada” começaram a entrar na pele e a fazer parte do léxico.
Neste primeiro volume o destaque vai todo para os Quinx, a nova arma experimental criada pela comissão anti-ghoul (CAG) que, liderados pelo Inspector de 1ª Classe Sasaki Haise, tentarão descobrir e identidade e capturar o Tronco, um assassino ghoul que apenas ataca e mata mulheres com cicatrizes, retirando-lhes depois o tronco.
Ao responsável dos Quinx, foi pedido pelo director da CAG para treinar um inspector que ultrapassasse Arima Kisho, o mais forte de todos eles. A equipa é constituída por cobaias humanas que adquiriram as capacidades dos ghouls, o seu inimigo natural.
Nestas páginas e universo irão aprender mais sobre a Kagune, o orgão predatório dos ghouls, “rija que nem aço“, e que “pode mudar de forma consoante a necessidade“, ou sobre as Kuinkes, armas de combater os ghouls.
Há também personagens muito castiças como o inspector Mutsuki Tomu, que não aguenta ver sangue mas parece ser o único capaz de estender o braço para o doar, ou o Inspector Modu, com poucos escrúpulos e doido por pão naan. E, também, uma guerra de interpretação da lei, em torno de uma alínea que fala em infligir “o sofrimento mínimo necessário“.
As ilustrações trabalham de forma incrível o jogo de sombras, o elemento surpresa e a metamorfose do corpo humano, alternando entre os grandes planos e os aproximados, ao mesmo tempo que vão servindo uma radiografia arquitectónica de Tóquio de se lhe tirar o chapéu. Protejam bem esses troncos.
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