No ano em que se assinala o centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen, vários são os livros publicados sobre a autora, reedições que surgem no marcado editorial ou efemérides que prestam a homenagem à grande escritora.
“Chamo-me menina do mar e não tenho outro nome. Não sei onde nasci. Um dia uma gaivota trouxe-me no bico para esta praia. Pôs-me numa rocha na maré vaza e o polvo, o caranguejo e o peixe tomaram conta de mim”. É assim que começa “Sophia, a Menina do Mar” (Nuvem de Letras, 2019) o primeiro título de uma colecção de biografias em versão infantil, da autoria de Jorge Lima e Cristina Falcão.
Frases curtas e concisas assinalam os momentos mais cruciais da vida de Sophia, desde a sua infância até à idade adulta, não esquecendo os rituais familiares e as tradições nórdicas, ou a paixão pelo mar e pela liberdade.
Sophia lutou contra a ditadura, a injustiça e a maldade, e “no primeiro parlamento livre, foi eleita deputada à Assembleia Constituinte, onde continuou a lutar pela liberdade e pela justiça”. A poesia desde cedo entrou na sua vida e, ainda pequena, imaginava que os poemas “existiam por si mesmos”, e que bastaria estar com “muita atenção para os ouvir”.
A paixão pela escrita acompanha a sua existência. Os mais jovens leitores são esclarecidos sobre a razão de ter escrito “A Menina do Mar”, “A Fada Oriana”, “ O Cavaleiro da Dinamarca” ou “A Floresta”, entre outros grandes clássicos da literatura infantil portuguesa.
Cada momento biográfico é ilustrado por uma variada e diversificada paleta de cores, o que não contribui para um trabalho visualmente agradável.
Sophia de Mello Breyner Andresen, considerada a grande poetisa portuguesa do século XX, morreu em 2004, em Lisboa, aos 84 anos. Foi a primeira mulher portuguesa a receber o Prémio Camões. Uma mulher de sensibilidade rara.
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