“Her Smell” e “Days to Come” (na foto) são os filmes que marcarão o arranque e encerramento do festival em Espinho. As longas apresentam-se no 15º FEST – Festival Novos Realizadores, Novo Cinema em estreia nacional. Fechada está também a principal competição do festival, com uma selecção de 10 longas em luta pelo Lince de Ouro.
O mais recente filme de Carlos Marqués-Marcet acabou de ganhar o prémio maior da competição no Festival de Cinema de Málaga, depois de já ter passado pela selecção oficial do Festival de Roterdão. O sucessor do multipremiado “10.000km” usa a gravidez real de um casal de actores, para fazer um retrato íntimo de um casal em plena crise conjugal. “Days to Come” estreia-se em Espinho, naquela que será a abertura oficial do FEST 2019.
Há poucos realizadores que tenham já usado tantos chapéus como Alex Ross Perry. Desde 2009 que escreveu e realizou mais de uma dezena de longas-metragens, tendo produzido, editado e até assumido as despesas de representação em várias delas. A mais recente, “Her Smell”, estreou mundialmente em Toronto, com uma história que parece tirada a químico da vida de Courtney Love. Com dois prémios conquistados ao momento, “Her Smell” acompanha a vida de uma estrela de punk auto-destrutiva, enquanto a mesma lida com a sua sobriedade e com a vontade de se reconectar com a inspiração criativa.
Em destaque na competição internacional de longas-metragens, a segunda longa-metragem de Jayro Bustamante, “Tremors”, que volta a fazer virar a cabeça da crítica mundial para o emergente cinema da Guatemala. Um estrondoso drama queer que conta a história de Pablo, um homem casado, pai de família e cristão devoto, que vê a sua vida virada do avesso quando se apaixona por um homem. Rodeado pela opressão e pela tolerância, a comunidade de Pablo decide “curá-lo” com recurso a terapias desumanas.
Destaque ainda para “System Crasher”, um filme da realizadora estreante Nora Fingscheidt, que conta a história de uma irreverente menina de 9 anos, que a protecção de menores rotulou como “quebra sistemas”. Um dilema moral com uma protagonista pequena, mas de peso, ganha o seu lugar na programação do FEST, depois de ter sido ter conquistado dois prémios na edição deste ano do Festival de Berlim.
Fecham-se os destaques do Lince de Ouro com “Manta Ray”, vencedor do prémio Orizzonti na última edição do Festival de Veneza. Passado numa vila costeira na Tailândia, o realizador Phuttiphong Aroonpheng conta a história de um pescador que acolhe um homem quando o encontra inconsciente. Quando a embarcação do pescador se perde no mar, o homem que acolheu assume a sua vida, apoderando-se da sua casa, do seu trabalho e da sua relação com a ex-mulher. Um exemplo da afirmação da Tailândia como potência crescente do cinema, tendo ganho já 11 prémios no circuito de festivais.
O FEST está de regresso a Espinho entre os dias 24 de Junho a 1 de Julho, para uma nova edição que junta o novo cinema mundial a um vasto programa de indústria, destinado a curiosos, alunos e profissionais da área. Confirmados para as secções Training Ground e Director’s Hub do festival estão, entre outros, Marjane Satrapi, Jonathan Morris, Stuart Dryburgh, Baltasar Kormákur e a equipa de edição de som de Bohemian Rapsody.
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