“No princípio, tudo era silêncio. Foi então que veio o barulho. O universo encheu-se de sons.”
A frase acima transcrita é como que um prenúncio de um Big Bang sonoro, e serve de introdução ao livro “Alto, Baixo, Num Sussurro” (Orfeu Negro, 2018), qualquer coisa como uma enciclopédia musical para os mais novos, que lhes apresenta a diferentes tipos de sons, a uma série de instrumentos e a muitas curiosidades à volta da mais incrível das artes.
Depois de apontar a ordem e a harmonia como os estados que levaram ao nascimento da música, Romana Romanyshyn e Andriy Lesiv conduzem o leitor numa visita guiada onde há lugar para conhecer tipos de vozes masculinas e femininas, ouvir os sons que o corpo faz, olhar a casa como um instrumento musical, distinguir entre os sons da cidade e da natureza, escutar os animais – como a acesa e improvável disputa pelo título de animal mais barulhento entre a baleia-azul e o minúsculo camarão-de-estalo – e olhar os sons pela medida dos decibéis.
Com definições e esquemas medem-se frequências, conhecem-se os instrumentos de gravação e os vários profissionais da área do som, ao mesmo tempo que se salienta a importância do silêncio ou de desligar alguns sons, de forma a poder escutar outros mais subtis que se escondem por baixo do rebuliço do mundo.
As ilustrações fazem uso de prateados e de cores vivas, também elas um pequeno big bang constituído pelo rosa, o amarelo e o verde. Um enciclopédia com banda sonora e de grande formato sobre aprender a escutar e a ouvir o que nos rodeia – e que levou para casa o prestigiado Prémio Bologna Raggazzi 2018 na categoria de não-ficção.
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