Curtas da Estante é uma rubrica de divulgação do Deus Me Livro.
Sinopse
A antologia poética de Charles Bukowski que faltava em português, uma antologia que recupera a violência graciosa que apenas a poesia consegue concretizar.
«Das muitas histórias de que se compõe a incrível biografia de Bukowski, só dez por cento são mentira, como diria Manoel de Barros. E Bukowski em nada contribuiu para desmistificar algumas delas. Pelo contrário. O que sempre lhe interessou foi o tom, a forma, e não a tão implacável como estéril adequação factual. E quando lemos os livros de Bukowski e a sua biografia nada parece inverosímil ou inadequado. Porque se não aconteceu, podia ter acontecido.» Valério Romão, in prefácio
É inegável a sedução que a autenticidade dos seus poemas exerce sobre nós, leitores e espectadores das entranhas de uma vida como ela também pode ser, admiradores da força da vida, da morte, do sexo. Por isso, Charles Bukowski é, também, mais do que um fenómeno. Charles Bukowski é essencial.
Sobre o autor
Charles Bukowski nasceu na Alemanha, em 1920, mas cresceu em Los Angeles, onde viveu durante cinquenta anos. Publicou o seu primeiro conto em 1944, quando tinha vinte e quatro anos, e começou a escrever poesia com trinta e cinco anos. Morreu em 1994, aos setenta e três anos, pouco tempo depois de completar o seu último romance, Pulp. Viu publicados mais de quarenta e cinco livros de prosa e poesia, incluindo os romances Post Office (1971), Factotum (1975), Women (1978), Ham on Rye (1982), Hollywood (1989) e Pulp (1994). É um dos autores americanos contemporâneos mais conhecidos a nível mundial e, possivelmente, o poeta americano mais influente e imitado de sempre.
Um dos poemas: “o milagre”
Trabalhar com uma forma de arte
não significa
mandriar como uma ténia
de barriga cheia,
nem justifica grandeza
ou ganância, nem seriedade
a toda a hora, creio antes
que é um apelo aos melhores homens
nos seus melhores momentos,
e quando eles morrem
e outra coisa não morre,
assistimos ao milagre da imortalidade:
homens que chegaram como homens
partiram como deuses –
deuses que sabemos que aqui estiveram,
deuses que agora nos permitem continuar
quando tudo o mais nos diz para parar.
Editora: Alfaguara
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