Depois de pesos pesados como Timmy Fiasco, Dark Lord ou o Greg Banana, a Booksmile junta ao seu catálogo de literatura juvenil uma nova colecção que tem, num jovem aspirante a cientista, a sua figura de proa.
Saído da imaginação de Jon Scieszka, Frank Einstein é um miúdo genial, dividido entre as ocupações de cientista e inventor. Em “Frank Einstein e a bicicleta voadora” (Booksmile, 2015), o primeiro livro da série, Frank, com a ajuda do seu companheiro Watson, tenta usar um relâmpago para dar vida ao InteliBot, com vista a vencer o Prémio de Ciência da escola e, com isso, ajudar o avô a sair de uma mais do que certa falência. Afinal a loja de arranjos Arranjo Fixe já conheceu melhores dias, e apenas um milagre que envolva cifrões poderá impedir o seu encerramento.
A experiência parecia correr bem, até que uma falha na corrente eléctrica deitou tudo a perder – parece que alguém se tinha esquecido de pagar a conta. Depois de um sono retemperador, Frank regressa à garagem para arrumar os vestígios de uma invenção falhada mas, para seu grande espanto, encontra não um mas dois robots inteligentes, bem diferentes entre si, a funcionar em perfeitas condições.
Klink é, nas palavras do próprio, «uma entidade de inteligência artificial autocriada». Quanto a Klank, trata-se de um robot que gosta muito de abraços, isto porque tem o cérebro de um macaco que, antes do seu reaproveitamento, não se cansava de repetir “abraça-me” e o coração de um Casio Al-100R, com 8 teclas e 100 ritmos (cardíacos) diferentes. Enquanto Klink é fã dos livros de Asimov e da física em geral, Klank prefere leituras como o livro dos recordes do Guiness ou as aventuras do Capitão Cuecas.
Sentindo que não poderá levar os robots ao concurso de ciência, uma vez que não se sente realmente o seu criador, Frank contará com a ajuda destes para criar um motor de anti-matéria, que servirá para transformar uma simples bicicleta num meio de transporte que possa cruzar os céus. Porém, Frank, Watson e robots não estão sozinhos na corrida ao prémio. Há também T. Edison, «um miúdo carrancudo e com o cabelo colado à testa», que tudo fará para destruir os planos de Frank e levar a loja do seu avô à falência.
Com ilustrações – da autoria de Brian Biggs – que habitam uma dualidade constituída pelo preto e pelo vermelho – além do branco -, para além de muitos esquemas científicos e figuras desenhadas sobre papel quadriculado, Scieszka mostra que a ciência pode ser uma coisa muito tremendamente divertida, e que nomes como Aristóteles, Newton, Galileu, Darwin ou Einstein poderão, ainda que não façam parte da mesma liga que outros ídolos teen mais propensos a forrarem paredes de quarto, poderão conquistar o seu espaço no léxico e na imaginação dos mais pequenos.
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