À boleia dos press releases e dos bitaites que fomos mostrando e mandando nos últimos meses, ficam os nossos destaques para o segundo dia de Super Bock Super Rock. Alguns deles são sobrepostos, por isso há-que tomar decisões. Props.
João Rodrigues, mais conhecido por Johnny Virtus, nasceu em Miragaia, no Porto. Entre as paredes do quarto banhadas a rimas, sob escuta permanente de hip hop nacional, passou rapidamente da guitarra clássica para os beats e, em 2008, estreou-se com o EP “Introversos”. Quatro anos depois chegou “UniVersos”, o primeiro longa-duração editado meses antes do disco de instrumentais “Se Eu Fosse”. As suas influências são muitas e actualmente está “encharcado” de black music da cabeça aos pés. Tem insónias com Luiz Pacheco e Herberto Helder, mas é habitualmente socorrido por Nas, Sam The Kid, Biggie Smalls, Tom Jobim, Vinícius ou João Gilberto. Ao longo da carreira colaborou como MC e produtor em projectos de diversos artistas, alguns dos quais cúmplices do seu percurso: Mundo Segundo (Dealema), Maze (DLM), Capicua, Berna, Serial (Mind da Gap), entre outros. O novo disco está quase aí.
(19h20 | Palco LG By Rádio SBSR)
Concentrado na sua própria arte, e sem se distrair com as luzes do rap, Oddisee é um dos músicos mais produtivos dos últimos dez anos: mixtapes, discos, colaborações e muitos outros trabalhos enquanto produtor atestam a sua prodigiosa ética de trabalho. Interventivo como poucos, Oddisee aborda temas como as desigualdades sociais e de género ou a islamofobia. Mas o talento do rapper de Washington DC não se fica pelas letras e também se faz notar nas batidas, como prova “Odd Tape”, uma mixtape exclusivamente instrumental editada em 2016. Mais recentemente, já em 2017, Oddisee lançou “The Iceberg”. O jazz é a base de todo o trabalho, mas também há soul, funk, disco e, o mais importante, palavras que têm o dom de nos tornar mais conscientes. Entretanto, também editou um disco ao vivo com a banda Good Company. E como Oddisee não vem sozinho a Portugal, “Beneath The Surface”, esse disco editado no final do ano de 2017, é uma bela amostra do espírito que se vai fazer sentir no SBSR.
(19h20 | Palco EDP)
Slow J é um dos nomes do momento na música portuguesa. Nasceu em Setúbal, passou por sítios como Cascais, Carcavelos e Alenquer e acabou em Londres a fazer música. Em 2013 regressou a Portugal para se dedicar inteiramente à sua arte, começando por estagiar na Bigbit Estúdios (Lisboa), onde teve a oportunidade de trabalhar com algumas das estrelas
do hip hop nacional, como NBC e Valete. “The Art of Slowing Down”, o disco de estreia, tem lá dentro fado, rock, samba, jazz, com uma poesia visceral inspirada por nomes como Sam The Kid ou Manuel Cruz. Subiu de nível no SBSR depois de um concertaço na edição de 2017.
(20h00 | Palco Super Bock)
Primeiro sob o signo O Cão da Morte e agora em nome próprio, Luís Severo tem deixado a sua marca na música portuguesa graças a canções imaculadas – clássicas, por um lado, mas por outro, profundamente identificadas com uma geração. Em 2015 editou “Cara d’Anjo”, um dos melhores discos do ano. Em 2017 regressou aos discos com “Luís Severo”, uma viagem emocional pela cidade de Lisboa. “Amor e Verdade” e “Olho de Lince” são dois exemplos da boa forma do jovem músico português, que aqui troca a intimidade do piano pelo formato banda.
(21h10 | Palco LG By Rádio SBSR)
Segundo reza a lenda e a biografia, o jovem Brandon Paak Anderson teve o seu primeiro contacto com a música quando decidiu desafiar a bateria da Igreja que a sua família frequentava. Essa foi a primeira semente que viria a dar frutos quando, ainda adolescente, começou a produzir as primeiras músicas no recato do seu quarto. A vocação estava encontrada e não foi preciso muito tempo até que o talento despontasse, editando dois discos em poucos meses: “OBE Vol.1” e “Lovejoy”, ambos assinados como Breezy Lovejoy – a assinatura Anderson .Paak só chegaria mais tarde, aquando do lançamento do disco “Veneza”. A fama ia crescendo, para isso contribuindo as colaborações com os rappers Dr. De e The Game. “Malibu”, disco nomeado para os Grammy Awards, foi um dos grandes discos hip hop dos últimos anos, cruzando o jazz, o R&B e o rap e sacando temas como “Am I Wrong” ou “Room in Here”. Em 2018, para além de um novo disco a solo, está também previsto o lançamento de uma rodela com a banda The Free Nationals, que promete colaborações com Mac Miller, Kali Uchis e Daniel Caesar. Por aqui apostamos que este vai ser o grande concerto de hoje.
(22h00 | Palco Super Bock)
Tom Misch cresceu numa família apaixonada pela música. Aos quatro anos aprendeu a tocar violino e a adolescência trouxe-lhe o hip hop. A plataforma Soundcloud fez com que o ainda adolescente Tom Misch começasse a ter a sua base de fãs na internet. Por aqui ouve-se jazz, hip hop, música de dança, tudo junto sobre uma atmosfera funky e luminosa, com influências vão desde Robert Glasper ou Roy Hargrove, ligados ao jazz, até nomes como Kaytranada ou Motor City Drum Ensemble, referências da música electrónica. Do disco de estreia, “Geography”, não deverão faltar os singles “Water Baby” (feat. Loyle Carner) e “Movie”.
(22h50 | Palco EDP)
Os Ermo são um dos projectos mais arrojados da nova música portuguesa. A dupla de Braga deu os primeiros passos em 2012, com o lançamento de um EP homónimo. No ano seguinte editaram o seu primeiro longa duração, “Vem Por Aqui”, que lhes garantiu a presença em vários palcos europeus e brasileiros. A sua música é influenciada por diferentes géneros, desde o hip hop ao pós-punk, que resultou num novo capítulo intitulado “Lo-Fi Moda”, editado em 2017, uma rodela apostada em criticar a vaidade e o narcisismo destes tempos de domínio digital. “crtl + C ctrl + V” será, provavelmente, um dos comandos mais utilizados esta noite.
(22h50 | Palco LG By Rádio SBSR)
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