“36 Perguntas que me fizeram gostar de ti“ (Gailivro, 2018), de Vicki Grant, é um romance desafiador – uma espécie de jogo para adolescentes em crescendo -, quase todo ancorado em diálogos ao redor de 36 perguntas gizadas num estudo de uma Universidade, que tentam responder à seguinte questão: pode o amor ser planificado?
Dois jovens, dois estranhos escolhidos aleatoriamente – Hildy (no estudo com o nome Betty) e Paul (com o nome de Bob) -, aderem ao estudo por razões completamente distintas – a primeira tem razões existenciais e, o segundo, razões meramente financeiras – e sujeitam-se a fazer um ao outro as 36 perguntas de carácter psicológico-emocional.
Vicki Grant inspira-se no popular estudo de 1997, do psicólogo nova-iorquino Arthur Aron e da sua equipa, designado ”Geração Experimental de Proximidade Interpessoal”, constituído por um guião de 36 perguntas (reproduzidas neste livro) que se divide em três etapas que vão crescendo em intensidade. O casal aleatório senta-se frente a frente, respondendo às questões, revelando dessa forma pormenores íntimos e pessoais; para concluir o processo, têm de olhar nos olhos um do outro durante quatro minutos, sempre em silêncio. O resultado final é variável — mas já houve mesmo quem se tivesse casado.
O enredo segue a bom ritmo com histórias de fundo bem desenvolvidas, nos intervalos das sessões de perguntas. Quando os dois jovens se encontram neste estudo, onde tudo o que têm para fazer é responder honestamente a uma lista de perguntas, não esperam o tipo de relação interpessoal que irão criar.
“36 Perguntas que me fizeram gostar de ti“ é uma história de amor contemporânea, que segue a vida de dois adolescentes num estudo psicológico através de um processo de perguntas e respostas que inclui textos, e-mails, rabiscos e formatação de “script”, que tornam o livro visualmente divertido e dinâmico.
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