Publicado originalmente em Inglaterra no ano de 1968 (e, em 1989, como primeiro volume de uma colecção), “O Elmer” foi o primeiro livro que David McKee escreveu sobre o agora famoso Elmer, um elefante às cores que conta já com 34 títulos só seus, podendo ser considerado um clássico moderno, passando uma mensagem que salta desde logo à vista: não faz mal ser diferente – na maior parte das vezes até acaba por ser a melhor coisa a fazer.
Em “O Elmer e o Wilbur” (Nuvem de Letras, 2018), Elmer, que gosta de pregar partidas, será visitado pelo primo Wilbur, um mestre na arte do disfarce que partilha o gosto pelas partidas. Segundo Elmer, Wilbur “é ventríloquo e consegue fingir que a sua voz vem de outro lado qualquer“. Depois de um lanche comemorativo de um salvamento, há uma dúvida que teima em permanecer: como consegue Wilbur, um elefante preto e branco gigante, trepar a uma árvore?
O medo dos monstros chega com “O Elmer e o Monstro” (Nuvem de Letras, 2018), livro onde os pássaros e as pequenas criaturas vão avisando com grande agitação: “Anda aí um monstro!“. Quanto a Elmer, vestindo a pele e usando a tromba de um detective da selva, vai repetindo “que interessante” ou “fascinante” enquanto avança contra a maré desertora, tentando encontrar a fonte do rugido que vai causando tanta agitação, onde até o rei leão foge com a cauda entre as pernas.
As ilustrações de McKee são uma delícia, em paisagens onde Elmer, que parece ter sido arrancado a um quadro modernista, se destaca pela diferença, e na forma como com a sua calma, sentido crítico, desejo de descoberta, sentido de humor e espírito temerário, trata de fazer da selva um lugar melhor para todos. Para além de Elmer, as histórias mais marcantes de McKee são “King Rollo”, “Two Monsters” e “História verdadeira e triste de seis homens que procuravam a paz”, este último com edição portuguesa pela Nuvem de Letras.
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