Não é certo que o ditado exista por terras francesas, mas a verdade é que Achdé – pseudónimo linguístico para Hervé Darmeton -, indo beber à fonte construída por Morris, parece tê-lo levado à letra: de pequenino se torce o pepino. Ao mesmo tempo que vai completando a colecção do cowboy que dispara mais rápido que a própria sombra, a Asa tem vindo a publicar As Aventuras de Kid Lucky, que transportam o leitor até ao tempo em que Lucky Luke era ainda um aprendiz de cowboy.
“Statue Squaw” (Asa, 2017) – terceiro título da colecção – mostra-nos um jovem com (ainda) pouco jeito para lidar e encantar o sexo oposto, ao mesmo tempo que revela uma propensão para se tornar num fumador à boa moda do velho oeste. Sempre armado da sua fisga, tenta divertir-se o mais possível ao mesmo tempo que evita a má disposição da tia Martha e das meninas Hurricane Lisette e Joanie Molson.
Sempre com factos curiosos e em modo de uma história por página servida às tiras, fica-se a saber que os saloons não passam de um mito urbano e cinéfilo, longe do glamour a que nos habituámos – quase sempre não passavam de uma sala com um balcão improvisado e um único tipo de bebida; ou que a roupa era rara e cara, talvez sendo por isso que nos habituámos a ver Lucky Luke – e também Kid Lucky – sempre com a mesma indumentária: camisa amarela, lenço encarnado ao pescoço, uma mecha rebelde de cabelo e uma palha na boca. A tradição de Morris está em muito boas mãos.
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