Para quem se habituou a olhar para a vida de espionagem através do vislumbre cinéfilo adquirido com os muitos 007, que passaram nos pequenos e grandes ecrãs, Maximillion Dark fala-nos por experiência própria: apesar da acção, da intriga, do perigo e do sexo, na maior parte das vezes a vida dos espiões é uma seca tremenda.
Estamos em “O Homem que Roubou o Mundo” (G. Floy, 2017), o terceiro volume da série Velvet – reúne os números #11-15 originalmente publicados em revista -, que constitui a primeira grande aventura de Velvet Templeton, a secretária que, por detrás do cabelo grisalho e de uma pose discreta, qual Miss Moneypenny, esconde uma vida de espia e operacional de missões secretas.
Velvet está de regresso aos Estados Unidos, país que colocou a sua cabeça a prémio por, supostamente, ter morto uma data de gente importante, incluindo o Sargento Roberts. Para Velvet, o culpado tem o nome de Damian Lake e, com a ajuda de Maximillion – que parece trabalhar em e para todas as frentes -, tentará descobrir as outras peças de um puzzle para o qual apenas possui uma peça: Titanic Holding, uma empresa que a agência OX-14 e o marido de Velvet investigou pouco tempo antes de morrer. As perguntas para um milhão de euros são muitas, mas talvez a maior de todas seja esta: Quem foi que tentou incriminá-la e destruir a sua carreia e imagem, deixando um rasto de destruição no seu caminho?
Ed Brubaker e Steve Epting mostram estar em grande forma e perfeita sintonia, aliando com muito estilo os diálogos negros e as situações de tensão constante a ilustrações carregadas de cinefilia e com o espírito da espionagem. E se, no final, Velvet confidencia a um barman que irá fazer uma pausa naquilo que faz de melhor – causar problemas-, só nos resta uma coisa: esperar que as suas férias se esgotem depressa.
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