O Curtas Vila do Conde – Festival Internacional de Cinema, que decorre entre 8 e 16 de julho, chega este ano à 25ª edição, num programa que inclui a aguardada Competição Nacional que vai apresentar os últimos trabalhos de cineastas como João Salaviza, Gabriel Abrantes, Salomé Lamas, Carlos Conceição e João Pedro Rodrigues.
Em 2017, a selecção da Competição Nacional do Curtas Vila do Conde inclui 16 filmes: “Água Mole”, de Laura Gonçalves e Xá; “Altas Cidades de Ossadas”, de João Salaviza; “Cedrim”, de Diogo Vale; “Coelho Mau”, de Carlos Conceição; “Coup de Grâce”, de Salomé Lamas; “Das Gavetas Nascem Sons”, de Vítor Hugo; “Farpões Baldios”, de Marta Mateus; “Longe da Amazónia”, de Francisco Carvalho; “O Homem Eterno”, de Luís Costa; “Os Humores Artificiais”, de Gabriel Abrantes; “Où En Êtes-Vous João Pedro Rodrigues?”, de João Pedro Rodrigues; “Soltar”, de Jenna Hasse; “A Sonolenta”, de Marta Monteiro; “Surpresa”, de Paulo Patrício; “Thursday Night”, de Gonçalo Almeida; e “Verão Saturno”, de Mónica Lima.
A Competição Internacional procura dar a conhecer o que de mais importante e cativante tem surgido no cinema contemporâneo, permitindo acompanhar as mais recentes obras de realizadores já consagrados como Jia Zhangke, Ben Rivers, Yann Gonzalez, Hu Wei, Laura Poitras ou a dupla Caroline Poggi e Jonathan Vinel, e também descobrir novos talentos emergentes como Laura Ferrés, Jonathas de Andrade ou Toru Takano.
Dedicada a desafiar as convenções cinematográficas, a Competição Experimental apresenta uma seleção de 24 curtas-metragens em que se destacam autores como Lois Patiño, Rosa Barba (vencedora da última edição desta competição), Ken Jacobs, Christoph Girardet, Siegfried A. Fruhauf, Bill Morrison, Vivian Ostrovsky ou Jay Rosenblatt. Assinala-se também a presença dos portugueses Tânia Dinis e Miguel Ildefonso.
A Competição de Vídeos Musicais continua a celebrar o formato, numa sessão com trabalhos de artistas e bandas portuguesas. Já a competição Take One! voltará a dar a conhecer os talentos saídos das escolas de cinema. Esta competição premiou, em anos anteriores, os primeiros trabalhos de cineastas como João Salaviza e Leonor Teles.
Por último, a Competição Curtinhas prova que o cinema para crianças pode ter um modelo diferente e surpreendente. O festival dedica, inclusive, toda uma secção ao público mais jovem. Além da competição, onde o júri é composto por crianças, o Curtinhas oferece um Espaço Infantil (onde os pais podem deixar os filhos enquanto assistem às sessões de cinema) e oficinas práticas. O Curtinhas arranca no primeiro dia do festival, a 8 de julho, com a exibição de “Gru – O Mal Disposto 3”.
A 25ª edição do Curtas Vila do Conde abre com a antestreia nacional da mais recente obra do finlandês Aki Kaurismäki, “O Outro Lado da Esperança”. Estreado no último Festival de Berlim, o filme acompanha as desventuras de um jogador de póquer finlandês com um refugiado. Esta exibição está integrada na secção Da Curta À Longa, que acompanha o percurso de cineastas que passaram pelo festival e que apresentará mais três aguardados filmes: “Certain Women”, o mais recente filme de Kelly Reichardt – autora In Focus em 2014 – protagonizado por Michelle Williams e Kristen Stewart; o regresso à longa-metragem de Sandro Aguilar, com “Mariphasa”, em estreia mundial no Curtas Vila do Conde; e um filme póstumo de Abbas Kiarostami, “24 Frames”, uma colecção de 24 pequenos filmes inspirados em imagens estáticas, em antestreia nacional.
O Curtas regressa também ao Auditório Municipal de Vila do Conde, a casa do festival entre 1993 e 2008, com concertos, sessões de cinema abertas ao público e uma exposição fotográfica retrospectiva de realizadores portugueses: A Glória de Fazer Cinema em Portugal. Para assinalar esta data especial, o Curtas Vila do Conde promove, na noite de 13 de julho, uma festa de aniversário no Forte São João com um concerto dos Sensible Soccers, seguido de um Dj set do colectivo Os 7 Magníficos. A secção Stereo, onde a música se funde com o cinema, recebe espectáculos de Mão Morta, Capitão Fausto, Pega Monstro, Evols, Chassol e Atlantic Coast Orchestra.
Para celebrar o cinema e o seu futuro, o Curtas Vila do Conde apresenta também uma retrospectiva integral do realizador francês F.J. Ossang. Músico, escritor, editor e poeta, o cineasta é um radical livre, praticando um estilo particular que parte do mundo pós-apocalíptico de ficção científica para se aproximar do punk e do film noir. É o regresso de Ossang a Vila do Conde, por onde já passaram várias das suas curtas e onde foi premiado com “Vladivostok”, em 2009. O realizador estará presente no festival para apresentar a sua filmografia completa juntamente com Elvire, actriz de muitas das suas obras.
Paralelamente ao festival, a Solar – Galeria de Arte Cinemática inaugura, a 8 de julho, uma exposição que representa uma nova geração de artistas que procuram estabelecer, a partir de diversas perspectivas, uma reflexão sobre a Terra, em seis instalações site-specific. Estarão representados nesta exposição Gabriel Abrantes e Ben Rivers, Priscila Fernandes, Pedro Neves Marques, Joana Pimenta, Lúcia Prancha, Mariana Caló e Francisco Queimadela.
O Curtas Vila do Conde continuará a promover encontros e debates com realizadores, workshops e até “ciné-conversas” – uma ideia de cinema expandido, que vai para além da sala e se mistura com o conceito de conferência.
O 25º Curtas Vila do Conde tem o apoio da Câmara Municipal de Vila do Conde, do Ministério da Cultura, do Instituto do Cinema e Audiovisual, do programa MEDIA/Europa Criativa e de vários outros parceiros.
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