Nascido em Boston no ano de 1809, Edgar Allan Poe era filho de um casal de actores. O pai abandonou-o quando ainda nem tinha soprado uma vela e, quanto à mãe, morreu um ano depois, fazendo com que tivesse entrada directa para um orfanato. Adoptado por John Allan, um rico agricultor da Virginia, Poe passou uma longa estada em Inglaterra com os pais adoptivos, regressando aos Estados Unidos para uma curta permanência na Universidade de Virgínia, onde mostrou desde a matrícula uma grande propensão para o jogo e um apetite voraz pelo álcool.
Viu o seu primeiro livro – Tamerlão e outros poemas – ser publicado em 1827 e, seis anos mais tarde, conquistou o prémio Saturday Visiter pelo melhor conto, o magnífico Manuscrito encontrado numa garrafa. Era o princípio de uma carreira que se previa fulgurante e duradoura mas que, em 1849, conheceu um fim abrupto: quando viajava de Richmond para Nova Iorque, adoeceu gravemente e morreu. As causas permanecem desconhecidas, quanto às apostas são muitas: cólera, drogas, tuberculose, suicídio.Perdia-se a carreira duradoura mas, quanto ao fulgor, ficou gravado a letras negras na história da literatura, servindo de inspiração e guia para muitos escritores que se lhe seguiram na linha do tempo.
Depois de uma edição ilustrada em dois volumes, a Temas e Debates reúne agora num só volume “Todos os contos” (Temas e Debates, 2014) de um dos maiores mestres do terror impresso, rei do suspense, apaixonado pelo hipnotismo, poeta e pioneiro da ficção científica.
A nova edição reúne todos os contos de Poe, onde se incluem clássicos como A queda da casa de Usher, Os crimes da Rua Morgue ou O escaravelho de ouro, verdadeiras pérolas capazes de levantar os pelos dos braços ou fazer o coração bater mais depressa. Uma edição que chega na sempre bem-vinda capa dura e com um sóbrio arranjo gráfico, de onde se destacam os pormenores e as letras gravadas num (como que de propósito) vermelho sanguinário.
«Pelo mistério, pela invenção, pela noturna iluminação que faz que faz com que mesmo a sua escrita mais sombria cintile como o momento antes da madrugada», diz-nos António Mega Ferreira enumerando algumas das razões por que Poe é considerado um dos eternos da literatura. É assinar por baixo.
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