“Quando chegou o segundo filho da Sra. Little, toda a gente reparou que ele não era muito maior do que um rato. Para sermos exactos, o bebé era muito parecido com um rato, sob todos os aspectos.”
Sejam bem-vindos ao mundo de E. B. White, onde a vida real e a imaginação se cruzam e criam livros intemporais e inesquecíveis como “A História de Stuart Little” (Booksmile, 2017), reeditado este ano pela Booksmile com tradução de Carla Maia de Almeida. E quem diria que, uma história onde um casal de humanos tem um filho rato, seria lida por várias gerações – foi escrita em 1944 -, premiada e adaptada ao cinema?
Stuart vive com a família em Nova Iorque, adorado por todos com excepção de Snowbell, o gato da casa que preferia fazer dele um canapé para felinos. As coisas nem sempre são fáceis para Stuart devido ao seu tamanho, mas por causa deste pode aventurar-se por lugares vedados – ou demasiado complicados – aos humanos, como ir em busca de anéis perdidos descendo ralos ou procurar bolas de pingue-pongue entre cadeiras.
O sonho de Stuart é ser marinheiro, pelo menos de barcos de miniatura, e quando conhece Margalo, uma pequena e simpática ave, o sonho alarga-se e ganha o tamanho de um oceano. Porém, quando perde de vista a sua companheira depois de uma viagem atribulada, decide fugir de casa para a procurar. Assim começa uma grande aventura onde cabem um carro miniatura com o poder da invisibilidade ou uma vida de professor que contorna a aritmética e a ortografia para deixar preciosos conselhos como este: “Não comam cogumelos, podem ser cocó de sapo“.
História sobre a amizade e a crença individual, “A História de Stuart Little” é um verdadeiro clássico, que mostra que os ratos – e os homens – não se medem aos palmos. E que, fugindo ao cânone dos finais felizes, oferece poesia como consolação, amparo e esperança: “Ao observar o horizonte que se estendia à sua frente, o caminho parecia-lhe longo. Mas o sol brilhava e, de alguma forma, ele sentia que ia na direcção certa“.
Sem Comentários