O título, aqui, não engana. “Seda” (Quetzal, 2016), do italiano Alessandro Baricco, foi tecido com uma delicadeza extrema, e nem as feridas que nele habitam impedem que as páginas e as palavras tenham um toque refinado e oriental.
Estamos em 1861, e seguimos os passos do jovem Hervé Joncour, um tipo íntegro e inteligente, comerciante de ovos de bicho-da-seda. Quando uma epidemia assola a criação dos fiadores europeus, a Hervé é confiada uma perigosa e demorada viagem ao Japão, a milhares de quilómetros da cidade de Lavilledieu, onde vive com a sua mulher Hèlene.
Entre a descoberta e o sofrimento, será nesse distante e desconhecido mundo que Hervé irá conhecer o temível Hara Kei, amante de pássaros e líder implacável, bem como uma jovem concubina que irá abalar todas as suas crenças, ideais e sentimentos.
Nesta curta (114 páginas) e belíssima narrativa, que muitas vezes se lê como páginas arrancadas ao intemporal As Mil e Uma Noites – no espírito das fábulas clássicas -, Alessandro Baricco apresenta uma dramática, dolorosa e comovente história de amor, sobre “o inexplicável, leve, espectáculo” que é a vida.
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