Gostaria de perceber como as pessoas se lembram do seu nascimento, dos médicos, dos enfermeiros na sala de partos? Ou ainda como se lembram do urso de peluche preferido, ou do mobile de aviões a baloiçar por cima do berço? Podem as pessoas ter estas recordações de quando eram bebés?
Quer perceber qual o nível óptimo de activação fisiológica para a memória ter um melhor desempenho? E o humor? Haverá um melhor humor para a memória?
E porque é que o seu amigo lhe diz sempre que demora 10 minutos a chegar a sua casa quando na realidade nas últimas vinte vezes demorou 30 minutos? O que tem isto a ver com a memória?
É possível que as pessoas se lembrem de acontecimentos que, testada a realidade, não aconteceram consigo? Sabe como é possível que lembremos acontecimentos que julgaríamos ser nossos e que afinal são de outros? Quer perceber a “confusão de fontes” a que a nossa memória está sujeita e como os media operam também na nossa memória?
Sabe que há memórias que são falsas? Memórias que podem ser intencionalmente criadas levando as pessoas a acreditar que, por exemplo, cometeram um crime, ou que foram à Disney World sem nunca terem lá ido?
Estas e outras questões podem ser esclarecidas no livro “A Ilusão da Memória” (Temas e Debates, 2016), de Julia Shaw, psicóloga, professora universitária e investigadora no Departamento de Ciências Jurídicas e Sociais na London South Bank University.
Neste livro, escrito com humor e simplificando a linguagem académica, podemos acompanhar a evolução do estudo científico da memória. Uma resenha integrada da investigação que permite ao leitor compreender os princípios básicos do funcionamento da memória, as razões para nos esquecermos e nos lembrarmos, o modo como a memória é influenciada por factores biológicos e sociais. Entender como, muitas vezes, a nossa memória é mais uma memória dos outros e não nossa. Uma ilusão. Mas nem sempre.
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