Em 1991, oito anos após a chegada ao cinema do último filme da trilogia original Star Wars, Timothy Zahn escreveu o livro “Star Wars: Heir to the Empire”, que se veio a revelar um portal para os tempos mais negros da saga e uma década que veria chegarem às bancas publicações como a Star Wars Galaxy Magazine, a Star Wars Insider, a Shadows of the Empire, a Star Wars Trilogy Special Edition e, cereja ou tremoço fora do prazo – o leitor decidirá por si – em cima do bolo, o filme “The Phantom Menace”, ajudando a formalizar essa coisa de “Expanded Universe”: um mundo povoado de histórias fora do cânone estabelecido pelos filmes e séries televisivas com a marca George Lucas (mas, claro, autorizada por esta).
Contra todas as previsões o livro acabou por se tornar num bestseller, trazendo para primeiro plano personagens que pareciam condenadas à obscuridade, tais como Mara Jade, Talon Karrde, Grand Admiral Thrawn ou Gilad Pellaeon. A este livro seguir-se-iam “Dark Force Rising” e “The Last Command” que, no pacote, ficariam conhecidos como “The Thrawn Trilogy” (1991-1993).
É precisamente essa trilogia que chega agora às livrarias portuguesas com o título “Star Wars: A Trilogia de Thrawn” (Planeta, 2016), mais propriamente a sua adaptação ao formato comics – e em modo condensado – protagonizada por Mike Baron (guião) e Terry Dodson (desenho).
A acção tem lugar cinco anos após “O Regresso de Jedi”. Luke, Leia, Han, Chewbacca, R2D2 ou C3PO continuam a ser os maiores, mas há agora um novo vilão: o General Admiral Thrawn, a grande esperança do Império para recuperar o domínio sobre a galáxia após a vitória por uma unha negra dos Rebeldes.
Luke tenta reconstruir uma Academia de Jedis, viajando através do Universo em busca de novos Cavaleiros e Mestres. Quanto a Leia continua a ser uma das figuras de topo no que à política e estratégia diz respeito, enquanto vai esperando pelo final da sua gravidez. Sim, Leia está grávida e casada com Han Solo, que parece ter-se rendido à vida de marido respeitável arrumando na gaveta a veia de contrabandista, tentando com Chewbacca recrutar outros malfeitores para a causa rebelde.
Para fãs ou meros apreciadores da saga, “A Trilogia de Thrawn” representa um sólido acrescento ao universo saído da cabeça de George Lucas, onde Timothy Zahn teve o mérito de juntar, às personagens mais conhecidas e amadas, um punhado de novas, sobretudo maus e más da fita, mas sem nunca tentar desvirtuar o universo primordial da saga. E, apesar de a Disney ter decidido seguir um caminho completamente diferente para o sétimo filme da saga, não é de descartar que um futuro não tão próximo possa trazer ao grande ecrã a adaptação desta vibrante trilogia, que aqui ganha uma boa adaptação ao mundo dos comics.
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