James Rollins é um estudioso e um divulgador de conhecimento que não nos quer ignorantes. Para o confirmar, basta ler as primeiras e últimas páginas de “O Olho de Deus” (Bertrand Editora, 2014), onde se encontra expressa a missão que o autor chamou a si: para além de nos querer entreter durante o processo de aprendizagem, espicaça-nos com informação variada, desde um passado remoto até ao futuro ficional.
O título inspirador, “O Olho de Deus”, refere-se nada mais, nada menos, do que a um dos corações giroscópicos do satélite Gravity Probe B da Nasa, que visa verificar as previsões da relatividade geral ainda não evidenciadas. Ao despenhar-se numa área de difícil acessibilidade da Mongólia, desencadeia-se uma corrida sempre em contagem decrescente para a sua recuperação, ou não estivesse em causa a antevisão de uma imagem de destruição da Costa Leste dos EUA.
O tempo da acção é em contra-relógio – basicamente quatro dias -, atravessando diferentes pontos do nosso planeta com um prólogo datado do Verão 453 D.C.. Começamos com a morte de Átila e o desaparecimento de uma relíquia que continha, no seu interior, o destino do mundo. Ao passarmos para o presente, vamos de Roma para uma base da Força Aérea na Califórnia, depois para Macau, Mongólia, Cazaquistão, Coreia do Norte, Russia e Washington D.C., antes do regresso a Roma.
Acompanhamos o comandante Gray Pierce e a Força Sigma na descoberta da relação entre a encomenda chegada ao Vaticano (uma caveira humana e um livro encadernado com pele do rei mongol Gengis Khan) e o paradeiro do satélite; ou seja, na descoberta de uma verdade ligada à decadência do Império Romano e a um mistério que remonta ao início da Cristandade, assim como a uma arma escondida há séculos e que encerra, em si mesma, o futuro da humanidade. Para complementar o enredo, há também uma missão paralela e não menos arriscada.
Uma boa sugestão para quem gosta de ler como se andasse numa montanha russa temporal e geográfica, num livro que se apresenta como «a visão apocalíptica de um futuro anunciado por um passado remoto.»
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