Se andam à procura de uma banda que olhe de caras para o lado mais depressivo da vida, com canções que sirvam de banda-sonora tanto para um melancólico passeio à beira-mar como para um cortejo fúnebre em dia de chuva, então ficarão muito bem servidos com os The National.
Apesar de se terem formado no período mais tardio dos anos 90, quando o revivalismo pós-punk estava em alta, os americanos foram buscar inspiração ao country-rock, à Americana, ao indie rock e, pasme-se, até mesmo à Brit-pop.
O nascimento e a consolidação da banda tiveram lugar na Grande Maçã quando Matt Berninger, o vocalista com ares de barítono, juntou forças a duas duplas unidas pela irmandade: Scott (baixo) e Bryan Devendorf (bateria) e Aaron e Bryce Dessner(ambos nas guitarras).
O homónimo disco de estreia surgiu em 2001, a que se seguiu, em 2003, “Sad Songs for Dirty Lovers”, disco que viu a banda começar a trabalhar com o produtor Peter Katis. Foi depois de a banda assinar pela Beggars Banquet que saíram as suas duas melhores rodelas: “Alligator” (2004), que foi praticamente levado ao colo pela crítica, e “Boxer” (2007), um disco profundamente orquestral que cumpriu musicalmente a ambição mostrada da banda. O estado de graça da banda levou Vincent Moon a filmar um documentário, lançado em 2008, que capturou com muita alma e um tremedo requinte a aura e o espírito da banda nos ensaios durante a gravação de “Boxer”.
Curiosamente, foi com os seus dois discos mais fracos – “High Violet” (2010) e “Trouble Will Find Me” (2013) – que a banda cimentou o seu estatuto de culto, e que a levou a fazer coisas tão estranhas como tocar a mesma canção – “Sorrow” – durante seis horas de seguida, num total de 105 vezes. Tudo no âmbito de um projecto do artista islandês Ragnar Kjartansson que passou pelo MoMA. A bela da depressão, essa, chega ao palco Super Bock no dia 16 de Julho.
Super Bock Super Rock 2016
14 a 16 Julho
Parque das Nações, Lisboa
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