Em casa vencedora não se mexe, apetece dizer, ainda que, para melhorar o habitáculo, se possa sempre aumentar a coisa em alguns andares. Depois do sucesso de “A Casa na Árvore com 13 Andares”, a dupla Andy Griffiths e Terry Denton pegou em tijolos e cimento literário e decidiu dobrar o empreendimento, criando “A Casa na Árvore com 26 Andares” (Booksmile, 2016).
A juntar aos gadgets anteriores, os 13 andares extra trazem novidades escaldantes: uma pista de carrinhos de choque, uma rampa de skate com um fosso de crocodilos, uma câmara de anti-gravidade, uma Máquina de Tatuagens Automática (ou MTA) ou o Labirinto do Destino, tão, tão confuso que nunca ninguém conseguiu de lá sair.
O modelo, esse, mantém-se igual ao do livro anterior. Com apenas uma semana para terminarem o novo livro e o editor sempre à perna, Andy parece ter encontrado a salvação: a história a ser contada será a de como ele e Terry se conheceram, um relato que, estranhamente, começa com um grupo de tubarões a ficarem doentes por terem comido as cuecas sujas do Terry.
Pelo meio há operações de emergência a tubarões, cabeças de piratas, tempestades gigantescas e, claro, a presença da sempre prestável e imaginativa Jill, bem como da gata voadora Sedosa. As ilustrações a preto e branco acompanham fielmente e com alucinado requinte o delírio desta história, que comete a proeza de, na aparência de nada ter mudado em relação ao livro anterior, oferecer ao leitor algumas horas de puro prazer e renovado divertimento. Estes australianos sabem-na toda, venham de lá mais 13 andares.
1 Commentário
Um dos poucos livros traduzidos do inglês australiano realmente bem feito, fluido e que conseguiu transmitir o humor australiano.