No âmbito da retrospectiva Herói Independente do 13º IndieLisboa, na figura do cineasta holandês Paul Verhoeven, vai passar – às 19h00 na Cinemateca Portuguesa -, quiçá, a obra que mais centrada está entre o seu passado no cinema europeu e os êxitos made in Hollywood vindouros. O filme de transição é “Flesh+Blood”, de 1985, uma produção holandesa, americana e espanhola, em cenário de violência medieval. Com um estatuto de culto, foi a última de uma longa colaboração com o mítico Rutger Hauer.
À mesma hora (Grande Auditório, Culturgest), a Competição Internacional aposta no documentário de Vladimir Tomic, “Flotel Europa”, prova de que a temática da crise de migrantes provocada pela guerra não é um flagelo de 2016 mas uma lição contínua de História, onde apenas mudam as variáveis. Recuemos até 1992: o governo dinamarquês deixa em situação de impasse muitos dos refugiados de guerra da Bósnia Herzegovina, naquilo que podia ser uma quarentena sem epidemia, de dois anos passados num barco gigante – Flotel Europa –, em Copenhaga, até à situação de asilo ser regulamentada.
Fiquemo-nos pela Culturgest. Nascido em São Paulo, Brasil, Sérgio Tréfaut tem feito carreira enquanto cineasta em Portugal. É um velho amigo do IndieLisboa, amizade que remonta à primeira edição, em 2004, onde “Lisboetas” lhe valeu o prémio de Melhor Filme Português. O mais recente “Treblinka” (na foto) é exibido às 21h30 no Grande Auditório, na mesma Competição Nacional que o já sagrou no passado. Através da ficção e em pouco mais de uma hora, seguimos caminho pelas linhas férreas que ligam a Polónia, Rússia e Ucrânia, onde o realizador vai unindo pontas frágeis sobre o passado sangrento que outrora uniu, ou desuniu, esse vasto território de animosidades.
Com o IndieLisboa 2016 a meio, a programação, bem composta, segue até 1 de Maio.
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