Escolhido a dedo para o dia 25 de Abril, “Cartas de Guerra” (foto de destaque), de Ivo M. Ferreira, filme que muito agradou ao público do festival de Berlim e surge na programação deste ano do IndieLisboa como sessão especial, esgotou com antecedência o Grande Auditório da Culturgest (18h30). A partir da correspondência de António Lobo Antunes para a mulher, em plena missão em Angola durante a fatídica Guerra do Ultramar, a sessão promete ser o evento mais simbólico e de reflexão para o dia de hoje.
A Competição Internacional de longas-metragens segue caminho e, para já, há duas propostas com premissas aliciantes. Às 19h00 no Cinema Ideal, a produção grega “Chevalier”, de Athina Rachel Tsangari (que passou pela mesma competição em 2011), gira em torno de desafios hiper-masculinizados, com as inseguranças que daí advêm. Acusando índices elevados de testosterona em alto-mar, seis amigos num iate de luxo querem saber qual deles é mais homem.
No Grande Auditório da Culturgest (21h30), a mesma competição acolhe a obra de Mikhaël Hers, “Ce Sentiment de L’Été”, a terceira vez que, ao longo dos anos, participa no festival lisboeta. Uma produção franco-alemã, marcada pela influência de Éric Rohmer, evoca as memórias de Lawrence sobre os três verões que passou com Sasha, a namorada que faleceu. O momento de luto, por sua vez, é partilhado com uma até então estranha, a irmã de Sasha – Zoé.
Antes de findar o dia temos, às 23h15 no Cinema Ideal, mais uma proposta IndieMusic. “Journal d’Hérésie”, documentário de Benoît Bourreau, acompanha de perto o processo criativo de artistas distintos numa residência artística. Entre eles, um nome que não causa indiferença: Thurston Moore, mais conhecido pelo seu trabalho com Sonic Youth. A ele juntam-se Anne-James Chaton e Andy Moor, reforçando o conceito Goddard de “One+One” que Bourreau emprega.
Contando com este feriado, devidamente destacado pelo festival, faltam ainda sete dias de IndieLisboa com muito para escolher.
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