Para muitos daqueles que nos dias de hoje andam pelas 30, 40 ou 50 primaveras, a iniciação à literatura sem bonecos terá incluído, muito provavelmente, os policiais de Agatha Christie, onde o leitor brincava a tentar descobrir o assassino ou ladrão da história. A boa notícia – pelo menos para a pequenada – é que agora também a literatura com bonecos tem a sua Agatha Christie de tenra idade, rebaptizada por Sir Steve Stevenson como Agatha Mistery.
Agatha é uma extraordinária aspirante a detective com um invulgar faro detectivesco, que viaja pelo mapa mundo na companhia do seu desajeitado primo Larry, de Mr. Kent – um ex-pugilista e actual mordomo com um impecável estilo britânico – e do gato siberiano Watson, conhecido por ser uma enorme peste.
Em “A coroa do Doge” (Planeta Júnior, 2014), Agatha e Larry viajam até à quase submersa Veneza para tentarem descobrir o paradeiro de uma antiga coroa de ouro, usada pelos Doges quando a cidade vivia tempos de grande esplendor. O Doge era, ao tempo, o chefe político e religioso da República Popular de Veneza, quando a Itália se encontrava dividida em vários pequenos estados.
A coroa foi roubada durante os festejos do famoso carnaval veneziano e as pistas não abundam mas, com a ajuda de Marco – um estiloso gondoleiro que acompanha os turistas pelos canais cantando a plenos pulmões românticas baladas – e recorrendo ao raciocínio apenas ao alcance dos grandes detectives, Agatha e companhia tudo farão para recuperar a famosa jóia.
As ilustrações, da autoria de Stefano Turconi, mostram aos mais pequenos – para lá das curiosas personagens que habitam esta aventura – todo o encanto desta cidade italiana em estado líquido.
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