O segundo dia do festival IndieLisboa traz-nos não só as primeiras sessões de curtas-metragens internacionais como, entre elas – na sessão competitiva das 19h00, no Pequeno Auditório da Culturgest -, temos a primeira exibição (de cinco possíveis, incluindo também a competição nacional) de “Balada de um Batráquio”, o filme militante de Leonor Teles que venceu o Urso de Ouro em Berlim.
Depois de “Rhoma Acans” ter marcado presença na edição de 2013 do Indie, a comunidade cigana é de novo objecto temático, desta feita com a premissa activista de destruir os famigerados sapos de louça que figuram nas montras de várias lojas portuguesas, envoltas num misticismo supersticioso que procura afugentar o larápio cigano.
Por sua vez, às 21h30, na Sala 3 do Cinema São Jorge, a veia musical indissociável do IndieLisboa manifesta-se no documentário sobre Mark Linkous – “The Sad & Beautiful World of Sparklehorse”. Sempre com uma aura melancólica, o vocalista dos Sparklehorse teve um trajecto de vida marcado pelo consumo de narcóticos, uma condição psíquica maníaca-depressiva e uma relação conjugal falhada, levando-o a terminar a sua vida em 2010. Os realizadores Bobby Dass e Alex Crowton estarão presentes na sessão.
Já o Grande Auditório da Culturgest, à mesma hora, passa “Akher Ayam El Madina”, a visão intimista de Tamer El Said sobre a cidade onde cresceu – Cairo, dois anos antes da revolução que deitou por terra o regime de Hosni Mubarak – mostrando-se, nesses tempos de opressão policial, censura e propaganda, a força da amizade e os laços humanos, bem como o melhor e o pior do Egipto contemporâneo.
Para rematar um serão cinéfilo, a sessão das 23h00 do Cinema Ideal, em modo “Boca do Inferno”, propõe a obra invulgar do alemão Akiz, “Der nachtmahr”, a primeira longa-metragem do artista pluridisciplinar. Após uma rave, Tina, uma jovem adolescente, encontra um estranho monstro, mote para uma amizade algures entre o pesadelo e a loucura, entre a realidade e a imaginação. É a oportunidade única de ver o filme isolado, sendo que a outra sessão faz parte da maratona de 23 de Abril que se estenderá até de madrugada.
Ainda há muito para ver no IndieLisboa até dia 1 de Maio, no Cinema São Jorge, Culturgest, Cinemateca Portuguesa e Cinema Ideal – e, também, para acompanhar aqui no Deus Me Livro.
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