E eis que, ao terceiro livro da série Yoda de Origami, a pergunta se coloca com toda a naturalidade: haverá vida – e livro – sem Dwight? Para quem perdeu as duas primeiras pitadas da série – e para aqueles que leram mas já esqueceram parte -, “O Segredo do Wookiee da Sorte” (Booksmile, 2016) apresenta um pequeno resumo à volta dos dossiers que Tommy compilou sempre por motivos nobres: no primeiro – “O Estranho Caso do Yoda de Origami“, livro infanto-juvenil do ano de 2014 para o Deus Me Livro -, Tommy convencia os outros miúdos da Escola Básica McQuarrie a contarem as suas histórias sobre o Yoda de Origami, provando que Dwight era um mero mas muito fidedigno mensageiro do mestre Yoda que, mesmo em papel, conseguia fazer bom uso da Força; no segundo – “Darth Papel Contra-Ataca” (Booksmile, 2015) -, Tommy e amigos salvaram Dwight de ser enviado para o reformatório, mas este acabou suspenso durante uns meses indo parar a uma escola diferente levando com ele o Yoda de Origami.
Porém, nesta que ameaça ser uma era sem Dwight, a busca de inspiração para um novo dossier continua a fazer-se convictamente, até que o novo projecto surge sob a forma de uma prenda deixada por Dwight: uma coisa grande e peluda que fica conhecida como o Wookiee da Sorte, e que é basicamente um chewbacca de origami. Com o Dwight fora de cena, cabe a Sara fazer a ponte – e a tradução dos grunhidos do Chewbacca, por intermédio de um outro origami baptizado de Han Dobro – para que as mensagens do lado de lá da Força cheguem à Escola, ajudando aqueles que procuram um conselho Jedi ou um laivo de inspiração. Um origami que, diga-se, foge ao formato tradicional: para lá das dobragens este Wookiee funciona como um quantos-queres, o que, para lá de algumas dicas ao lado, começa a levantar suspeitas no que toca às possíveis combinações.
Neste terceiro livro da série, que mantém o irrequieto sentido de humor e as referências ao Star Wars, Tom Ankleberger traz para a luz novas personagens – ou dá-lhes mais tempo de antena -, como a Sra. Calhoun, uma bibliotecária com veia de heroína, ou a temível e evitável directora Rabbish, com o seu quê de Sith. Quanto a Dwight, deixa de poder levar o Yoda de Origami para a escola, ameaçando perder aquilo que o tornava único. Até que o Yoda – e os seus amigos – lhe mostram uma das máximas mais válidas para toda a vida: ser normal chato é. Provavelmente a série mais cool que os miúdos de nove anos e mais além poderão ler.
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