Licenciado em Belas-Artes, Jimmy Liao teve uma espécie de epifania após 12 anos a trabalhar numa agência de publicidade, quando uma leucemia o levou a repensar a vida. Quando ficou recuperado, mandou o emprego às urtigas e dedicou-se a escrever e a ilustrar histórias de forma autodidacta tendo, desde 1998, publicado inúmeros livros para o público infantil e adulto.
No caso de “O peixe que sorria” (Kalandraka, 2015), o livro conheceu uma adaptação ao cinema – com o título original de “A Fish with a Smile” -, tendo obtido, em 2006, o Prémio Especial para a Melhor Curta de Animação do Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Trata-se da história de um homem que, todos os dias, passava à frente de uma loja de animais de estimação e que, quando olhava para a montra, se deparava com um gigantesco aquário cheio de peixes de todas as cores e tamanhos. Porém, mesmo entre incontáveis cardumes, conseguia sempre descobrir um peixe que parecia olhar para si com sorriso nas guelras, até que um dia decidiu levá-lo para casa. Porém, à medida que os dias passavam e contemplava o sorridente peixe no aquário, a tristeza pareceu tomar conta de si. Até que, de repente, se fez luz.
As ilustrações são belíssimas, embaladas pelas aguarelas, semelhantes a pequenos e sumptuosos quadros que têm o azul como cor maior e o minimalismo como mestre. Um livro maravilhoso sobre os fios invisíveis da amizade, o desejo – por vezes silencioso – da liberdade, a solidão, o respeito pelos outros, a tristeza e a beleza da vida, esse imenso aquário no qual diariamente nadamos.
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