Pantera Cor-de-Rosa. Marsupilami. Scooby Doo. Para além de habitarem no planeta do faz-de-conta, estas três personagens da animação têm algo em comum. Aquilo que, no mundo da ciência, é referenciado como um orgão exclusivo dos vertebrados, olhado com muito respeito por ser um dos elementos anatómicos mais cativantes. Já adivinharam? Então aqui vai: a cauda.
“Inventário ilustrado dos animais com cauda” (Kalandraka, 2014) é uma espécie de homenagem a muitos desses animais com cauda. O livro nasceu na sequência de uma exposição intitulada “Parce Que”, apresentada em 2012 no Museu-Aquarium de Nancy.
Os animais aparecem classificados em função do papel desempenhado pela respectiva cauda, classificação que dá nome aos diferentes capítulos: deslocação; equilíbrio; comunicação; sedução; combate; funções diversas. Para cada espécie é referido, pelo menos, um nome comum e um outro mais estranho – vulgo científico -, bem como a classe animal onde cada um está integrado na animada classificação zoológica. Há ainda um curto texto sobre cada um deles, qualquer coisa como um curioso BI que revela o ADN de cada um dos animais presentes nesta jaula colorida a céu aberto.
As ilustrações estão a cargo de Emmanuelle Tchoukriel, ilustradora e pintora formada em desenho científico: um traço preto feito a rotring e a tinta-da-china e cores mergulhadas em aguarela que jogam com as tonalidades, de forma a criar transparências.
Entre o espírito científico e o aguçar da curiosidade, “Inventários ilustrado dos animais com cauda” apresenta uma fauna geograficamente – e geometricamente – dispersa, que tem, na cauda, o elo comum para tamanha biodiversidade. Mais um excelente inventário da Kalandraka, que sucede ao recomendado “Inventário ilustrado das árvores”.
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