“Até que a morte nos una” | Jonathan Tropper
«Tinha trinta e quatro anos e estava sem casa, deitado sem dormir, noite dentro, num sofá-cama nojento, numa cave arrendada, a ouvir os meus senhorios a mijar e cagar enquanto a minha ex-mulher e o meu ex-chefe faziam o sessenta e nove na minha cabeça. O fundo do poço viera ao meu encontro.» Judd tem, segundo os padrões mais ou menos comuns, uma vida aparentemente normal: uma esposa que ama, uma família de relacionamentos algo disfuncionais, um trabalho que o satisfaz e todo um futuro imenso pela frente. Subitamente tudo se desmorona quando, na iminência de perder o Pai para um cancro terminal, surpreende a sua mulher em plena acção sexual com o seu chefe. A situação termina com um bolo de aniversário e algumas velas enfiadas em locais menos próprios. A partir daqui e depois de cumprir o “Shivá” (período de luto judaico), um ultimo desejo de seu Pai que obrigou à reunião de toda a família durante os sete dias em que consiste a tradição, Judd sente que o chão lhe foge debaixo dos pés, perdido entre o convívio forçado com os irmãos – que raramente vê – e o desabar das pedras basilares em que havia assente … Continue reading “Até que a morte nos una” | Jonathan Tropper
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