No que diz respeito aos desejos dos mais pequenos que misturam o sonho com a arquitectura, um dos mais recorrentes será, sem dúvida, o de construir uma casa numa árvore. No caso de Andy e Terry, o sonho ganhou contornos absolutamente épicos, já que “A Casa na Árvore com 13 Andares” (Booksmile, 2015) que construíram é, de acordo com os especialistas na área, a mais espectacular de todo o planeta.
Ao contrário dos normais T0 ou, para os mais abonados, de T1’s, a casa destes dois tem uma pista de bowling, um tanque cheio de tubarões devoradores de homens, uma catapulta gigante, um laboratório subterrâneo secreto e, pasme-se, uma máquina que anda atrás das pessoas e lhes atira marshmallows para a boca.
Porém, mesmo que a sua vida pareça correr ao sabor de um parque de diversões, não faltam preocupações aos dois jovens. Isto porque assumiram o compromisso de escrever um livro mas, entre as listas de afazeres e dos “não fazeres” de Terry, das inúmeras distracções que vão surgindo e do editor que não lhes larga as pernas, a tarefa parece só estar ao alcance de dois pequenos Hércules.
Num cenário pintado de gatos voadores, bananas gigantes, camarões de salina que crescem desmesuradamente e sereias que se transformam em monstros, conseguirão os dois pequenos juntar forças para sair de uma grande embrulhada e escrever o tão desejado livro?
Com muito sentido de humor, uma enorme carga de fantasia e uma imaginação desregrada, tudo embrulhado em ilustrações cheias de vida e pormenores gravados a traço negro, Andy Griffiths e Terry Danton saltaram para dentro destas páginas, regressando à infância – ou mostrando-nos que dela nunca saíram – para nos oferecer um livro fantástico – venceu o Australian Book Industry Award para melhor livro juvenil do ano -, divertido e que ainda arranja tempo para brincar com a forma como surgem as grandes ideias. É recomendado para maiores de oito, mas os mais crescidos que o agarrarem vão certamente divertir-se durante um bom par de horas.
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